29 de dezembro de 2016

ENEM 2015 (1ª APLICAÇÃO) - Biologia Comentada - Professor Lyndon Johnson*



1ª) (ENEM 2015 - 1ª Aplicação) Tanto a febre amarela quanto a dengue são doenças causadas por vírus do grupo dos arbovírus, pertencentes ao gênero Flavivirus, existindo quatro sorotipos para o vírus causador da dengue. A transmissão de ambas acontece por meio da picada de mosquitos, como o Aedes aegypti. Entretanto, embora compartilhem essas características, hoje somente existe vacina, no Brasil, para a febre amarela e nenhuma vacina efetiva para a dengue.
Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Manual de Normas Técnicas. Disponível em: http://portal.saude.gov.br. Acesso em 07/08/2012 (adaptado).
Esse fato pode ser atribuído à
A) maior taxa de mutação do vírus da febre amarela do que do vírus da dengue.
B) alta variabilidade antigênica do vírus da dengue em relação ao vírus da febre amarela.
C) menor adaptação do vírus da dengue à população humana do que do vírus da febre amarela.
D) presença de dois tipos de ácidos nucleicos no vírus da dengue e somente um tipo no vírus da febre amarela.
E) baixa capacidade de indução da resposta imunológica pelo vírus da dengue em relação ao da febre amarela.

Tema: Microbiologia
Tópico: Vírus
Gabarito: Letra B

Comentário
Antígeno com vários epítopos diferentes
Classicamente, um antígeno é qualquer micro-organismo, ou molécula ou parte de uma molécula que é reconhecida pelo sistema imune. Os antígenos são muito diversificados podendo ser proteínas de um capsideo viral ou carboidratos presentes na membrana de um protozoário. No antígeno existem determinados trechos, chamados epítopos, que são identificados pelos receptores gerados somaticamente pelos linfócitos T e B. Cada tipo de micróbio possui sua variedade de antígenos. Alguns vírus, como o da dengue, são capazes de mudar rapidamente seu perfil antigênico e com isso escapar das tentativas de desenvolvimento de vacinas efetivas. Uma das explicações para essa versatilidade, que o vírus da dengue possui em relação ao vírus da febre amarela, ocorre por conta do genoma ser mais propenso a sofrer mutações ao acaso (deriva genética) em genes codificantes de antígenos, criando novas variantes menores que são suficientemente diferentes para escapar das respostas imunes previamente geradas. A alta variabilidade antigênica do vírus da dengue está associada às epidemias e é observada com o isolamento dos sorotipos 1 (DENV-1),  2 (DENV-2), 3 (DENV-3) e 4 (DENV-4). Vacinas contra dengue devem ser testadas quanto à segurança e eficácia, imunizando contra os quatro sorotipos, sendo portanto uma vacina tetravalente.

2ª) (ENEM 2015 - 1ª Aplicação) Algumas raças de cães domésticos não conseguem copular entre si devido à grande diferença em seus tamanhos corporais. Ainda assim, tal dificuldade reprodutiva não ocasiona a formação de novas espécies (especiação).
Essa especiação não ocorre devido ao(à)
A) oscilação genética das raças.
B) convergência adaptativa das raças.
C) isolamento geográfico entre as raças.
D) seleção natural que ocorre entre as raças.
E) manutenção do fluxo gênico entre as raças.

Tema: Evolução
Tópico: Especiação
Gabarito: Letra E

Comentário
Príncipe Chiclete: um dócil dachshund
Quando o ornitólogo alemão Ernst Mayr (1904-2005) popularizou de forma simples e concisa o Conceito Biológico de Espécie (CBE), passamos a ter um padrão de medida para inferir quais populações no espaço e no tempo devem ser combinadas em um conjunto de populações reprodutivamente coeso e quais devem ser deixadas de fora. "Espécie é um grupo de populações cujos indivíduos, em condições naturais, são potencialmente intercruzantes produzindo descendentes férteis, estando reprodutivamente isolados de indivíduos de outras espécies". Ora, devido a uma incompatibilidade anatômica, um cão fila brasileiro não acasala com um pequinês, ainda assim são considerados de uma mesma espécie (Canis familiaris). Mas acontece que o fila brasileiro pode cruzar com o golden retriever, o golden retriever pode cruzar com o dachshund, e o dachshund pode cruzar com o pequinês. Portanto, pode haver fluxo gênico entre o fila brasileiro e um pequinês, mesmo que de modo indireto, já que os híbridos fazem uma "ponte" entre os extremos. Agora, se as populações fossem impedidas de trocar esses genes, ou seja, se as "pontes" que possibilitam o fluxo gênico deixam de existir, as diferenças se acumulariam e os indivíduos das diferentes populações se tornariam incapazes de combinar seus alelos ocasionando um isolamento reprodutivo, e as duas populações passariam a ser consideradas espécies distintas.

3ª) (ENEM 2015 - 1ª Aplicação) No mapa estão representados os biomas brasileiros que, em função de suas características físicas e do modo de ocupação do território, apresentam problemas ambientais distintos.
Nesse sentido, o problema ambiental destacado no mapa indica
A) desertificação das áreas afetadas.
B) poluição dos rios temporários.
C) queimadas dos remanescentes vegetais.
D) desmatamentos das matas ciliares.
E) contaminação das águas subterrâneas.

Tema: Ecologia
Tópico: Impactos Ambientais
Gabarito: Letra A

Comentário
A pacata Gilbués (PI): um núcleo de desertificação
A área do mapa em que ocorre o referido problema ambiental caracteriza-se por possuir um clima árido, semiárido e subúmido seco. As variações climáticas, juntamente com ações antrópicas, têm contribuído para que nessas áreas (região Nordeste e o Norte de Minas Gerais) ocorram degradação do solo; é a chamada desertificação. Os principais núcleos de desertificação estão em Gilbués (PI), Irauçuba (CE), Seridó (RN), Cabrobó (PE), Sertão do São Francisco (BA) e Cariris Velhos (PB). Atividades humanas como queimadas, pecuária extensiva (compactação do solo), exploração de madeira (produção de carvão), irrigação mal planejada (salinização do solo) e mineração, estão entre as principais causas da desertificação. Aliás, em Gilbués (parada obrigatória para quem vai de Teresina à Corrente - Piauí), a mineração de diamantes na década de 1940 contribuiu para o início do processo de desertificação, posteriormente o elevado desmatamento, a pecuária extensiva e as queimadas potencializaram a expansão desse processo.

4ª) (ENEM 2015 - 1ª Aplicação) O formato das células de organismos pluricelulares é extremamente variado. Existem células discoides, como é o caso das hemácias, as que lembram uma estrela, como os neurônios, e ainda algumas alongadas, como as musculares.
Em um mesmo organismo, a diferenciação dessas células ocorre por
A) produzirem mutações específicas.
B) possuírem DNA mitocondrial diferentes.
C) apresentarem conjunto de genes distintos.
D) expressarem porções distintas do genoma.
E) terem um número distinto de cromossomos.

Tema: Genética
Tópico: Diferenciação Celular
Gabarito: Letra D

Comentário
O ciclo 

5ª) (ENEM 2015 - 1ª Aplicação) Normalmente, as células do organismo humano realizam a respiração aeróbica, na qual o consumo de uma molécula de glicose gera 38 moléculas de ATP. Contudo, em condições anaeróbicas, o consumo de uma molécula de glicose pelas células é capaz de gerar apenas duas moléculas de ATP.
Que curva representa o perfil de consumo de glicose, para manutenção da homeostase de uma célula que inicialmente está em uma condição anaeróbica e é submetida a um aumento gradual da concentração de oxigênio?
A) 1
B) 2
C) 3
D) 4
E) 5

Tema: Citologia
Tópico: Metabolismo Energético
Gabarito: Letra E

Comentário
O ciclo



Lyndon